Pobres Servos, eis o nosso nome!

Analisemos, portanto, o nosso nome:

Dizemo-nos Pobres . Precisamos, por conseguinte, amar a santa pobreza e sofrer com os problemas que ela nos causa, com as privações, com os sacrifícios, que são uma decorrência natural dessa escolha. Quem ama os confortos e é apegado às próprias comodidades, é pobre de nome, mas não de fato; e então, que prêmio poderá esperar professando o voto de pobreza? Além disso, o amor à santa pobreza nos dará a possibilidade de dividir com outros irmãos os bens a nós concedidos pela divina Providência.

Somos Servos . A exemplo de Jesus, que desde o seu nascimento se proclama o Servo por excelência do Pai, precisamos conformar-nos sempre à santa vontade de Deus, que nos é manifestada pelas santas Regras e pelas ordens dos superiores: " Quae placita sunt Ei facio semper "( Eu faço sempre as coisas que são agradáveis ao Pai ). Quantas vezes eu lhes disse que devemos ser sem cabeça, como trapos, como argila, dispostos a tudo! Oh, que essas palavras não sirvam, um dia, para nos condenar!

Enfim, somos os servos da Divina Providência . Devemos viver e demonstrar praticamente o "Não vos angustieis" do santo evangelho. Mantendo-nos distantes das proteções humanas, usemos e guardemos religiosamente as que o Senhor nos envia.

Quanto a nós, amemos o silêncio e o escondimento, contentando-nos com o olhar e a aprovação de Deus. Eventualmente pode ser que a Providência queira que a Obra se manifeste também externamente; apenas executada a missão, porém, retornemos ao nosso silêncio e escondimento: "covinha e toquinha".

(Carta do Pe. Calábria aos Religiosos em ocasião do Santo Natal de 1949.)